domingo, 30 de outubro de 2011

Uma nova linguagem do Jornalismo

A análise das tendências desse novo formato de jornalismo é feita aqui, baseando-se numa matéria do Videolog de Alex Primo, onde ele aborda como tem sido essa mudança de plataforma jornalística, os principais erros dos grandes portais, e o que se espera do Jornalismo para que ele se adeque a essa nova forma de jornalismo digital.



1. O futuro do Jornalismo


Questiona-se, hoje em dia, qual seria o futuro do Jornalismo e, segundo Alex Primo, até mesmo se teríamos futuro para ele. Ora, como a matéria prima do Jornalismo é a informação, não há que se falar em um fim do Jornalismo, porque esta matéria prima – a informação, sob as suas mais diversas nuances – sempre existirá, enquanto existir a sociedade, e a sua necessidade de se manter informada. O que tende a acontecer na verdade, é uma migração do Jornalismo tradicional para novas plataformas digitais, especialmente os Tablets e Ipads.


2. O acesso aos conteúdos digitais de revistas e jornais


Percebe-se, pela exposição de Alex Primo, que o consumidor ainda estranha não a migração de conteúdos de jornais e revistas para estas novas mídias digitais, mas sim o acesso a elas que, segundo ele, ainda é caro. Pior ainda é ver que, em muitos casos, o conteúdo que se disponibiliza em Ipads e Tablets é quase o mesmo que podemos encontrar de graça em vários outros portais. Os vídeos utilizados muitas vezes são extraídos do mega portal YouTube. A justificativa para esse preço salgado é de que as grandes corporações midiáticas teriam feito um vultuoso investimento para a transferência de seu conteúdo impresso para tais plataformas, e por terem sido pioneiras nessa transferência. O que Alex questiona no entanto, é que apenas uma transferência de conteúdo impresso para a mídia digital não seria pretexto para se cobrar um preço tão alto para se ter acesso a essa nova tecnologia. Para ele, os grandes conglomerados de notícias ainda estão engatinhando no que se refere em fazer um jornalismo que realmente seja adequado às novas plataformas de conteúdos.


3. Linguagem para Web vs. linguagem para Tablet´s e Kindle´s


Certamente, a linguagem jornalística desenvolvida para se fazer webjornalismo não pode ser pensada quando se quer fazer uma nova mídia digital: Tablet´s e Kindle´s, as quais tem linguagem e design específicos.

Segundo o que analisou Alex, o “The Daily” é o que mais se aproximou da linguagem exigida para esta nova forma de jornalismo – o Tablet – e que tem explorado melhor os recursos que ela oferece, com interação com redes sociais, exclusividade de vídeos (e não um simples compartilhamento de vídeos de outros portais).

Tratando-se do Kindle, este se apresenta melhor para leituras de texto, para a qual a sua diagramação foi pensada. Como o limite de transmissão de dados é mais limitada do que a dos Tablets, as fotos e ilustrações são raras nessa plataforma. Segundo a análise de Primo, o Kindle se apresentou melhor para textos do que os Tablets, apesar de a estética do Kindle ficar comprometida.


4. Os conteúdos para Tablet´s nas mídias brasileiras.


Alex expõe que a Veja está tentando inovar um pouco nessa migração de seu jornalismo impresso para os Tablets, fugindo um pouco da simples digitalização do conteúdo encontrado em suas revistas, o que a coloca à frente, por exemplo, da revista Época. Segundo ele, a Época traz na sua edição em Tablet, a mesma diagramação utilizada nas edições impressas, o que não representa um avanço, uma nova forma de jornalismo pensada para as especificidades do Tablet.


5. Uma pequena análise de como poderá ser o jornalismo para Tablets.


Quando se pensa em conteúdo jornalístico para Tablets, tem-se que pensar os vários aspectos que ele envolve, para que se possa aproveitar ao máximo todos os recursos que essa nova mídia nos oferece. Quanto às imagens, deve-se tem em mente suas dimensões, se ficarão na tela principal, ou se serão acessadas por links embutidos em miniaturas ao final do texto, ou no meio dele, para que não carregue demais a tela principal, e disperse a atenção do leitor.

Os textos têm que ser pensados de forma a não ser apenas uma transposição de conteúdos impressos, onde se precisa ter o recurso do zoom in/out para visualizá-los. Os textos para Tablets poderão ter fontes de tamanho menor, e mais links para matérias relacionadas, para que o recurso do scroll não tenha que ser usado exaustivamente, de maneira a desestimular a leitura.

Enfim, Alex Primo defende que há que se encontrar uma nova linguagem para o jornalismo em Tablets, que deve ir muito além de uma simples transposição de conteúdo impresso para o universo virtual, o que configura um retrocesso em termos de se fazer essa nova forma jornalística.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A defesa e aplicação das regras do Direito

Dentre as deontologias, tácitas ou escritas, que regem todo tipo de profissão, nenhuma fica mais em evidência do que a do profissional do direito. Por tratar diariamente com os códigos que regem a sociedade, ele não é apenas um conhecedor, mas também um agente direto da elaboração, manutenção e aplicação das leis, incluindo aquelas relativas à ética profissional. Por conta disso, o advogado se torna não apenas um defensor destes códigos, mas também um exemplo para a sociedade, uma vez que sua própria conduta profissional e pessoal deve se pautar pelas mesmas leis que ele defende no tribunal.



"É preciso fazer uma distinção entre a pessoa física do advogado e a pessoa física do cidadão que o advogado defende." declara Lucas Cadete Zallio, professor de Direito de Família e de Ética na PUC e presidente da Comissão de Ética e Disciplina da OAB de Minas Gerais. "Todo cidadão é inocente até que haja uma sentença penal provando o contrário. O advogado tem o direito e o dever de fazer a defesa do seu constituinte sem considerar aspectos ou condições pessoais envolvidas."


Foto: Matheus Ferraz



Lucas Cadete Zallio, presidente da Comissão de Ética da OAB



O Código de Ética da OAB também define os preceitos éticos que o advogado deve manter em sua vida pessoal. "A OAB exige que o advogado tenha uma conduta ilibada e idoneidade moral perante à sociedade.", define Zallio. Desta forma, certos atos da sua vida privada não interessam à OAB, mas ele deve manter a sua boa imagem, e evitar atos incompatíveis com a boa conduta exigida, como prática de jogos de azar, a incontinência pública e escandalosa, a embriaguez e a toxicomania. São práticas que ferem não apenas a sua imagem, mas de todos os seus colegas


"A advocacia como um todo ainda é respeitada", diz Fabrício de Marcos Guimarães, encarregado da secretaria do Tribunal de Ética e Disciplia da OAB de Minas Gerais. "embora alguns profissionais e casos expostos na mídia de certa forma prejudiquem um pouco a nossa imagem. Mas e vejo que as pessoas ainda confiam na instituição da OAB." Quando a organização toma conhecimento de algum desvio de conduta ética de um dos seus membros, é instaurado um processo disciplinar para verificar se houve, de fato, uma conduta infracional por parte do acusado. Se provada a sua culpa no processo no Tribunal de Ética, a pena pode ir de censura a suspensão, ou, em casos extremos, à exclusão da Organização.


O desafio de manter-se ético


O ramo do Direito é um dos que mais cresce, por conta da remuneração e status envolvidos. Mas hoje as Universidades investem pouco no ensino da Ética. O cronograma básico se foca no âmbito geral da profissão, deixando esta parte da matéria para os cursos de especialização. O resultado é que muitos se formam sem entender noções de Ética.


"É um mercado bastante competitivo, que alguns dizem estar até saturado, mas essa competitividade não autoriza o advogado a praticar determinados atos." afirma Zallio. Ele cita, entre as maiores deslizes éticos que um profissional da área pode cometer, a mercantilização da profissão. É proibido, por exemplo, fazer publicidade de casos defendidos anteriormente para chamar clientes. "Tem muita gente que não sabe nada sobre o assunto. Muitos advogados não conhecem o provimento que fala sobre a divulgação da advocacia e suas regras." continua Guimarães, e completa: "O nosso código é muito bom. Não apenas o código de Ética, mas o Estatuto da Advocacia. Ele é bem minuncioso, e possui dispositivos muito amplos."


Foto: Matheus Ferraz




Fabrício de Marcos Guimarães, do Tribunal de Ética da OAB




Os direitos especiais


Como defensor do código, o advogado possui certos privilégios em relação ao cidadão comum. Embora possa responder por desacato, ele possui imunidade contra injúria e difamação nos atos praticados no exercício da profissão. Ele também tem permissão para ter acesso ao seu cliente, mesmo que este esteja preso ou recolhido em situação incomunicável, e a processos e autos judiciários ou administrativos; e seu escritório, assim como os seus instrumentos de trabalho, são invioláveis por lei.


São privilégios que dizem respeito mais ao direito de defesa do seu cliente do que ao advogado como pessoa. Este deve respeitar o seu ofício, e não usá-lo para conseguir vantagens ou fama. "Diante das câmeras ou de qualquer meio de mídia, o profissional do Direito deve ser comedido e evitar declarações que constrajam os clientes ou expor pessoas envolvidas no processo. A sua postura deve ser discreta e evitar comentários desnecessários." resume Guimarães.




Fala povo: o que as pessoas na rua pensam sobre o assunto?





O assunto visto por futuros advogados